domingo, 25 de novembro de 2012

Série Argentina - Cemitério da Recoleta, A Dama de Branco - fantasma da adolescente que morreu duas vezes

    A assombração mais comentada de todo o cemitério da Recoleta, a Dama de Branco, aparece para os turistas e funcionários quase todos os dias.  Conta-se que ela vaga pelo local e volta para o seu mausoléu. Sem se distanciar muito dalí. Mas, quem seria esta mulher?
    Trata-se uma adolescente, de 19 anos, que chavama-se Rufina Cambaceres (foto ao lado), filha do escritor Eugenio Cambaceres.
    Pelos registros do cemitério ela morreu por duas vezes.  Mas, como pode uma pessoa morrer duas vezes? De fato, isso aconteceu! Pelo menos, foram estes os diagnósticos dados pelos médicos da família.
    As circunstâncias que envolveram as "mortes" da jovem foram trágicas e  ocorreram em 1902.

Da festa para a morte

    A vida de Rufina era digna de um romance. Pelos relatos ela foi uma pessoa introspectiva e ficou ainda mais deprimida com a morte do pai. Tinha um noivo, porém poucos amigos. Mas, era muito próxima da mãe. Elas se davam bem até a descoberta que iria culminar na sua "primeira morte".
    No dia em que completaria 19 anos a mãe da jovem preparou uma grande festa, quando iria apresentá-la a sociedade. De acordo com informações, o evento aconteceria no Teatro Colón, o mais importante de Buenos Aires. Mas, Rufina não sobreviveu a revelação que veio depois da festa.
    Ela descobriu que a mãe tinha um caso o seu noivo e teria entrado em choque. À noite foi encontrada morta em seu quarto, segundo o médico da família. Logo depois foi sepultada.
    Outra versão, contada pelo guia do cemitério, fala que Rufina caiu "morta" em plena comemoração de aniversário na frente da família quando ganhara um colar da mãe.

A descoberta trágica
                                                                                    
    Um dos fatos mais aterrorizantes desta história é que quatro dias depois de sua morte, a mãe foi ao cemitério colocar flores e lá foi apresentada a pior cena. O caixão de Rufina estava fora do lugar e com a tampa quebrada.
    Foram investigar o que teria ocorrido e o fato é que a jovem não havia morrido, e sim, teve um ataque de catalepsia, doença que faz com que a pessoa pareça morta durante horas, com os membros rígidos, porém ficam o tempo todo conscientes. Imaginem só...Sendo colocada num caixão com vida e consciente!
    Após sair da crise a jovem tentou livrar-se daquela situação, porém sem sucesso. Informações dão conta de que a tampa do caixão, as mãos e o rosto dela estavam arranhados. Certamente pelo desespero.
    Esta foi a "segunda", mas a real morte de Rufina, asfixia.  Para a nova cerimônia foi feito um lindo mausoléu, ao lado do primeiro.
    O Caixão de mármore é belíssimo. Na frente, uma escultura, do artista de origem francesa Richard Aigher,  representando Rufina abrindo uma porta, que pode ser à entrada dela para o mundo dos mortos. Confesso que me arrepiei muito naquele lugar e me sentia observada.
    De acordo com o guia local, senhor Oswaldo, o fantasma da jovem aparece, porque não descansou em paz. "Rufina morreu sem ar, sem saber por que fizeram isso com ela. " - disse com a voz embargada.        
    Depois desse caso, as leis argentinas ficaram mais rígidas quanto aos velórios, que passaram a ter mais tempo duração para evitar que novos casos de catalepsia, seguidos de morte, se repetissem. Além da exigência de exames de comprovação de falecimento.

Minha impressão do local

    Depois de ouvir esta história não há como não se envolver. Deixar a emoção comandar, pelo menos no início da investigação. Parei, respirei e comecei com as fotos e medições. O Mausoléu tomava a esquina de uma das "ruas" do cemitério. Do lado direito onde estava o primeiro caixão as oscilações de temperatura estavam mais fortes,  mas o medidor de ondas eletromagnéticas esteve apenas até o ponto dois. Estável. Senti muita aflição e sensação de angústia.
    Do lado direito houve ausência de oscilação nos aparelhos. Na câmera fotográfica nada foi registrado. Nas gravações de vídeo apenas o vento fazia a sua participação especial com muitos ruídos cinematográficos. Um local que à noite pode ser mais "vivo" do que durante o dia.


    Não pude ver a Dama de Branco, mas do fundo do coração desejo que ela siga o caminho da paz.

Um comentário:

  1. wow...historia bastante interessante,até deu vontade de ir nesse cemitério.

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