segunda-feira, 1 de abril de 2013

Série Rio de Janeiro - Lazareto: martírio x beleza num paraíso fantasmagórico.

              Incrustado num dos locais mais belos do Rio de Janeiro está o Lazareto. São ruínas que mesclam a beleza da paradisíaca Ilha Grande, na Enseada do Abraão, com o sofrimento imposto pelas condições e ignorância que imperavam na época, século XVII.

      Foi hospital, presídio e local de tortura na época da ditadura. Possui muitos relatos de aparições de corpo inteiro, gritos de dor, choro e sensações de náuseas para quem sofre por influências das almas que ali ainda se encontram, ou mesmo da ação do medo. Este último ponto é o mais evidente: o medo. As pessoas procuram chamar os fantasmas do local para se amedrontarem. Pode um negócio desses?      


        Um fato triste que acontecia neste local era que em épocas de cheia as celas eram inundadas pelas águas provocando muitas mortes. Várias histórias permeiam estas ruínas que hoje estão abertas a visitação e ao estudo paranormal. Aproveite para ler  sobre a origem do local que abrigou famosos da literatura Graciliano Ramos, Orígenes Lessa e os revolucionários Flores da Cunha e Agildo Barata dentre outros.

Quarentena da morte para os imigrantes Europeus
         
         Em 1884 o Lazareto era inicialmente uma casa de fazenda comprada pelo império, após foi transformado em hospital de quarentena para receber pessoas que vinham principalmente da Europa, e que chegavam em navios. Estas embarcações, cerca de 4 mil, traziam imigrantes, grande parte deles doentes, pois eram provenientes de locais com epidemias, como a cólera. 

       
          Os internos e presos observavam a beleza do local por entre as grades das “celas” que ficavam, mas grande parte deles jamais pode sair para desfrutar do encontro do mar com a bela lagoa feita pela cachoeira. Esta linda visão fica a menos de 2 metros da entrada principal da edificação e da frente das celas.
     
       
          Como hospital o Lazareto funcionou até 1913 e, é claro, que várias mortes acontecerem por lá. Inclusive porque já em 1903 fora instalada Colônia Penal para condenados a crimes comuns. Ali, muitos apodreciam.
         O fechamento do hospital se deu por conta das condições sanitárias e avanço da medicina da época. Mas, o presídio persistiu.


Colônia Penal - Presídio Federal, mais dor e revolta marcadas nas novas construções


         Em 1940, Getúlio Vargas transformou o local em presídio federal, Colônia penal Cândido Mendes. Lá foram recebidos presos comuns que estavam na Colônia de Dois Rios, bem como os presos políticos da Segunda Grande Guerra Mundial.
         Essas transferências aconteceram porque a Ilha de Fernando de Noronha, onde estavam aprisionados os presos políticos, foi cedida ao Governo americano para utilização como base Aeronaval.
         O Lazareto abrigou os presos até 1954 quando então foram transferidos de volta para Dois Rios, que também mudou de nome para Cândido Mendes.
Neste mesmo ano o Lazareto foi demolido por ordem do Governador Carlos Lacerda

Minha impressão do local



         Estar num ambiente onde tantas coisas aconteceram ao mesmo tempo, e por muitos séculos, é realmente gratificante para quem almeja estudar.
        Tudo facilita para uma boa pesquisa paranormal, pois além da história há também muita água, que é condutor natural de fenômenos paranormais. 
         O EMF (KII) obteve picos incríveis em vários locais. Os espíritos respondiam com oscilações quando perguntava algo, porém nada de o gravador registrar respostas limpas, até porque havia muita gente entorno do local o que “sujou” as provas. Tive que descartar.
         Voltar e fazer mais fotos, gravações de voz e imagem é fato acontecer. Se é assombrado? Claro que sim!
         Indico para quem gosta do assunto. Muito propício para pesquisas, porém com prudência e respeito, pois ainda há muito sofrimento...